Cuba Sem Barreiras

Arquivo : julho 2015

O que o Pan trouxe de bom para Cuba: Yarisley, Yorgelis, Pichardo, Alba…
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Menon

yorgelisA debacle foi grande e indiscutível. As 58 medalhas de ouro de Guadalajara restringiram-se a 36 em Toronto. O segundo lugar histórico agora é apenas um quarto. Cuba precisa enfrentar suas dificuldades históricas para reagir. Deserções, falta de dinheiro para participar de competições internacionais, falta de horizontalidade etc. Mas houve coisa boa também.

A começar pelo atletismo. Como, se em Guadalajara foram 11 de ouro e agora, apenas cinco. Primeiramente, é preciso ver que o nível subiu muito. Tanto que os EUA ganharam o atletismo com 11 de ouro. Aquelas 18 foram um ponto fora da curva, mesmo. Basta ver que Roberto Skiers, foi ouro nos 200 m, com 20s66 e agora, foi quarto com ótimos 20s02. Ou seja, o cara melhorou muito e caiu para fora do pódio.

As 18 medalhas de ouro viraram fumaça na Olimpíada do ano seguinte. Cuba ganhou apenas uma medalha de prata. As cinco de agora demonstram muito mais força. Há três cartas fortes para se disputar a Olimpíada do ano que vem.

Yarisley Silva ganhou prata em Londres, com 4,70m. Agora, ganhou o Pan com 4,85m. Ela, Fabiana, Jeniffer Suhr, a grega Nikoleta Kyriakopoúlou e Yelena Isinbaieva podem sonhar com o ouro olímpico. Denia Caballero tem a melhor marca do ano no disco e Pichardo disputa com Christian Taylor, dos EUA, o topo do salto triplo.

Além dos três consistentes astros, Cuba ganhou a Maratona masculina e o heptatlo feminino. Yorgelis Rodríguez (foto no alto)conseguiu 6332 pontos, quebrando um recordo que vinha desde 1995. Foi o melhor resultado de sua vida. Em 2012, foi campeã mundial junior com 5966 pontos e em 2014, foi vice-campeã mundial júnior com 6006 pontos. É uma atleta de 20 anos, em ascensão.

O revezamento 4x400m fez o terceiro melhor tempo da história cubana e ficou com a prata. O feminino quebrou o recorde nacional. Pena que na semifinal. Na final, não repetiu e ficou em quarto. São opções para se chegar a uma final olímpica.

Outras atletas como Saili Viart mostraram grande ascensão. Ela arremessou 17,50m, o melhor de sua vida. Há um ano, o Mundial Júnior, sua marca foi de 15m,62. O futuro está aí.

Rafael Alba

Rafael Alba

O taekwondo conseguiu cinco medalhas com sete participantes. Três delas, de ouro, com Yania Aguirre, Jose Cobas e Rafael Alba, que é o grande nome para Rio-16. Campeão mundial em 2015, bronze mundial em 2015, o gigante de 2m02 é temido por suas patadas, geralmente buscando a cabeça dos rivais.

Angel Fournier, outro gigante, só que do remo, tem 1m98 e boas possibilidades no Rio. Já foi medalhista mundial e está em ótima fase.

O boxe tinha dez boxeadores. Conseguiu seis medalhas de ouro e quatro de prata. Mostrou a revelação Andy Cruz, de 19 anos, que se credencia como substituto de Robeisy Ramírez, campeão olímpico em Londres e sempre envolvido em questões disciplinares. Erislandy Savón (91 quilos), Lazaro Alvarez (60 quilos) e Julio Cesar de La Cruz (81 quilos) são as melhores opções para o Mundial de agosto e a Olimpíada.

Marcia videaux

Marcia videaux

Outra grande notícia foi o ressurgimento da ginástica olímpica. Não ganhava nada desde 2003 e conseguiu dois ouros, duas pratas e um bronze. Marcia Videaux ficou com um ouro e todas as outras conquistas vieram com a revelação Manrique Larduet. Ele pode sonhar com o pódio no Rio.

 


Pichardo e Caballero ganham ouro sem despentear o cabelo
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Menon

O atletismo cubano reagiu na fase final do Pan e pode dar um pouco de dignidade a uma participaçãoDenia+Caballero+oTVyrxbdu8vm muito opaca, que dificilmente ultrapassará os três ouros já conseguidos. Em Guadalajara, foram 18.

O dia começou com a dobradinha no lançamento do disco. Denia Caballero, que tem a melhor marca do ano com 70,67m, ganhou a prova com 65,39m. Yaime Perez, que tem a 11 marca do ano, com 67,06m, ficou em segundo, com 64,99m. Denia tem quatro das dez melhores marcas do ano. A crota Sandra Perkovic tem outras seis.

Para vencer, Denia precisou de apenas dois lançamentos. Queimou o primeiro, assumiu a liderança com 62,71m e na terceira tentativa, chseguegou à marca vencedora. Queimou as outras três tentativas. Perez foi mais constante. Além dos 64,99m conseguiu 64,23m e 62,05m, superiores à terceira colocada, Lewis-Smalwood, dos EUA, que conseguiu 61,26m

Caballero, de 25 e Perez, de 24 anos, são a prova da renovação do lançamento do disco, que viu Yarelys Barrios, recordista pan-americana, com 66,40m, em Guadalajara, se aposentar. A progressão de ambas tem sido muito forte. Na Olimpíada de Londres-12, Caballero foi 13ª, com 58,78m e Perez foi 15ª, com 57,87m.

pppichardoPoucas horas depois, foi a vez de Pedro Pichardo ratificar uma das medalhas mais certas do Pan. Com apenas quatro saltos – queimou duas tentativas – conseguiu 17,54m, a 11ª marca do ano. Ele tinha sete das dez primeiras, inclusive os 18,08m com que lidera o ranking. Pichardo parece ter deixado tudo para Mundial do próximo mês, em Pequim.

Ernesto Reve, com apenas um salto válido – 16,94m – ficou com o bronze.

Em um Pan com poucas glórias, algum alento cubano vem das provas de velocidade, que há muito não são o forte da Ilha. O revezamento 4x400m feminino conseguiu seu melhor tempo do ano com 3min28seg15 e classificou-se para a final em segundo lugar. O revezamento masculino conseguiu 3min01s17, também melhor tempo do ano e segundo das eliminatórias.

Nos 200m feminino, Arialis Gandulla superou duas vezes o seu melhor tempo. Nas quartas, fez 23s31 e nas semis, 23s08, insuficientes para chegar à final.

Roberto Skiers, também nos 200m, fez 20s09, seu melhor tempo e chegou à final.


Yarisley Silva ganha o grande duelo
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Menon

Yarisley2Foi uma prova excepcional, de alto nível técnico. Yarisley Silva (duas vezes) e Fabiana Murer (uma vez) bateram o recorde pan-americano do salto com vara.

Silva ganhou com 4,85m, dez centímetros a mais do que a marca com que Jennifer Suhr venceu a Olimpíada de Londres. Foi o bicampeonato da pequena atleta.

Foi também a melhor marca do ano.

A seguir, leia o post que escrevi há alguns meses, prevendo o grande duelo.

uba e Brasil lutaram duramente pelo segundo lugar (EUA venceram) no quadro geral de medalhas nos dois últimos jogos Pan-Americanos. Cuba venceu as duas vezes. Em 2007, no Rio, teve 59 medalhas de ouro contra 54 do Brasil e em 2011, em Guadalajara, respirou um pouco mais, com 58 títulos contra 48. A luta deve ser dura novamente. E um título contra o rival é importantíssimo. Um exemplo claro é o duelo entre Fabiana Murer, campeã em 2007 e Yarisley Silva, campeã em 2011.

Na atual temporada, Fabiana está melhor. Tem a sexta fabianamurermelhor marca, com 4m65, contra 4,58m de Yarisley. Antes do Pan, elas vão se encontrar na etapa de Birminghan da Liga de Diamantes, dia 7 de junho. Fabiana participará ainda das etapas do dia 13 de junho em Nova York e 7/7 em Paris. Yarisley ainda não confirmou. Ambas treinarão na Europa. Fabiana já está na Suécia e Silva vai para a Espanha.

As duas atletas do salto com vara tem currículo de alto nível. Vejamos um comparativo:

MELHOR MARCA PESSOAL

Yarislei Silva: 4,90m em 2013

Fabiana Murer: 4,85m em 2011

MUNDIAIS;

2013 – Yarisley Silva, terceiro lugar, com 4,82m

Fabiana Murer, quinto lugar, com 4,65m

2011 – Fabiana Murer, primeiro lugar, com 4,85m

Yarisley Silva, quinto lugar, com 4,70m

OLIMPÍADAS

2012 – Yarisley Silva, segundo lugar, com 4,75m

Fabiana Murer, sétimo lugar, com 4,50m

2008 – Fabiana Murer, décimo lugar, com 4,45m

Yarisley Silva, 13 lugar, com 4,15m

MUNDIAIS INDOOR

2014 – Yarisley Silva, primeiro lugar, com 4,70m (primeira tentativa)

Fabiana Murer, quarto lugar, com 4,70m (terceira tentativa)

2010 – Fabiana Murer, primeiro lugar, com 4,80m

JOGOS PAN-AMERICANOS

2007 – Fabiana Murer, primeiro lugar, com 4,60m

Yarisley Silva, terceiro lugar, com 4,30m

2011 – Yarisley Silva, primeiro lugar, com 4,75m

Fabiana Murer, segundo lugar, com 4,70m

Fabiana Murer tem 34 anos e Yarisley, 27.

A disputa não deve se restringir a elas. As norte-americanas Jeniffer Suhr, líder da temporada com 4,81m, Sandi Morris, terceira com 4,72m, Dani Paine, quarta, com 4,71m e Melinda Withrow, oitava, com 4,60m podem vencer. Não se sabe se competirão, pois os EUA nem sempre mandam seus campeões ao Pan. A venezuelana Robeilis Peinado, de 17 anos, já saltou 4,60m esse ano.

 


Yania Aguirre conseguiu o impossível. Cuba ainda tenta
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Menon

aguirre2Yania Aguirre conseguiu a mais emocionante das medalhas de ouro nos Jogos de Toronto. Bronze mundial em 2013, ela chegou à final contra Itzel Manjarrez, sem favoritismo para ficar com o ouro nos 49 quilos do taekwondo. A mexicana a havia superado nos Jogos Centroamericanos e no Pan de Taekwondo no ano passado.

O primeiro assalto foi da cubana, que conseguiu três pontos com chutes nas pernas de Itzel. No segundo assalto, houve um massacre. Aguirre foi atingida duas vezes na parte superior do corpo e a mexicana passou a vencer por 6 a 3.

A decisão ficou toda para a atleta mexicana, que conseguiu mais um chute alto e levou o placar a 9 a aguirre3. O treinador cubano pediu a revisão do ponto, pelo sistema de vídeo, e os árbitros confirmaram a decisão. Aguirre, que, com 1,61m, é dez centímetros mais baixa partiu então para o jogo todo aberto. Marcou três pontos com um ataque alto. Foi a vez de o treinador mexicano protestar. E novamente, a decisão foi confirmada.

Faltavam poucos segundos. O único modo de vencer era acertar um chute na cabeça da mexicana. Conseguir, assim, quatro pontos e a medalha de ouro. E assim foi feito. O chute entrou no último segundo. Nem houve reinício da luta. Foi a 23ª medalha de ouro de Cuba.

Cuba foi a Toronto para tentar manter o segundo lugar na classificação geral dos Pan Americanos, posto que ostenta desde 1971, em Cali, exceção a 1991, em Havana, quando foi campeã. As possibilidades são mínimas. Canadá já está próximo das 50 medalhas de ouro e ameaça até os Estados Unidos. Até a luta pelo terceiro lugar parece inglória. O Brasil, até domingo, quando terminou a primeira metade dos Jogos, tem 30 medalhas de ouro contra 23 de Cuba.

Para conseguir a virada, Cuba precisa ter um rendimento como o de Aguirre e reagir com intensidade. Tem muitas possibilidades no boxe – não é difícil pensar em 9 medalhas de ouro – e no atletismo. O vôlei de praia feminino tem uma boa chance, principalmente porque a decisão será contra as argentinas e não as brasileiras. O taekwondo, com Rafael Alba, pode ganhar outro ouro. E há o ciclismo de estrada, com uma chance.

Seriam 46 medalhas de ouro, bem menos que as 55 projetadas.

O Brasil ainda pode vencer no atletismo, no tênis de mesa, no wakeboard, no taekwondo, no vôlei de praia feminino, no vôlei de quadra…

O terceiro lugar está bem mais próximo do Brasil. Como o ouro estava longe de aguire

 


Barco do amor dá cinco ouros à Cuba
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Menon

angel-fournier-2014-1024x575Carinhos, palavras suaves, juras de amor. Yusmari Mengana e Angelo Fournier faz tudo isso, como todo casal de namorados. Mas, com certeza, há algo mais a se conversar. Remos, botes e canoas fazem parte do dia a dia de ambos. Juntos, conseguiram cinco medalhas de ouro no Pan de Toronto.

Yusmari venceu no k-1 200m, K1 500m e no K2-500m, ao lado de Yureni Guerra. Aos 22 anos, ela repetiu em Toronto, o bom rendimento que mostrou em etapas da Copa Mundial. Fournier, um gigante de 1,98m ganhou no remo simples e no remo duplo, ao lado de Eduardo Rubio.

Ambos buscarão classificação para a Olimpíada do Rio, no campeonato mundial de agosto na Itália. Fournier é a aposta mais completa de Cuba para uma medalha no remo em 2016, mas não se pode esquecer da namorada. Até lá, poderão trocar proveitosas experiências.

Cuba conseguiu seis ouros nas provas de canoagem, duas a mais que no Pan de Guadalajara e duas de remo, uma a menos que em Guadalajaramengana2


Ouro para a leveza da Marcia Videaux e a força de Idalis Ortiz
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Menon

marcia-videaux-1024x683Os cubanos tinham duas certezas em relação à ginástica rítmica no Pan de Toronto:

1) O país voltaria a ganhar uma medalha de ouro após 12 anos

2) Ela viria com a revelação Manrique Larduet, de 19 anos.

A primeira certeza se confirmou ontem, mas de maneira inesperada. Larduet ficou com o bronze nas argolas e já havia sido prata no all around. O ouro veio com Marcia Videaux, de 15 anos. Ela venceu facilmente a prova do salto sobre o cavalo. Conseguiu 14,575 no primeiro salto e 14,900 no segundo. Teve média de 14,737, bem acima que os 14,250 de Yamile Peña, da República Dominicana.

Manrique ainda pode alcançar o seu ouro, no salto, nas barras paralelas e nas fixas, mas o privilégio de haver acabado com o jejum foi de Videaux.

E, se a garota de 15 anos, 1,43m e 41 quilos conseguiu um ouro inesperado, nada mais esperado doortiz que outro ouro, vindo de mãos muito mais fortes. Idalis Ortiz, campeã olímpica e mundial, 25 anos, 1,80m e 82 quilos superou a mexicana Vanessa Zambrotti, 40 quilos mais pesada.

Foi a terceira e última conquista do judô cubano, que conseguiu outros dois ouros, com Magdiel Estrada (73 quilos) e Daiaris Mestre (48 quilos). Houve ainda mais três pratas e oito bronzes. Todos os 14 participantes cubanos ganharam medalha, o que não serve de consolo, pois há quatro anos, Cuba havia faturado seis ouros.

 


Cuba aposta em esportes de combate para manter segundo lugar
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Menon

Mijain López

Mijain López

Em 1971, em Cali, Cuba conquistou pela primeira vez a segunda posição na tábua de medalhas dos Jogos Pan-americanos. Manteve o posto desde então, exceção a 1991, quando, em Havana, consegui o primeiro lugar. São 11 edições seguidas entre os dois primeiros.

Para manter o posto em Toronto, precisa vencer o anfitrião Canadá e o Brasil, que foi terceiro nas duas últimas edições. No Rio-07, a vantagem foi de 59 a 52. Em Guadalajara-11, a contagem foi de 58 a 48. Agora, os cubanos acreditam que a façanha possa ser conquistada com 55 medalhas de ouro.

A aposta, mais uma vez, é nos esportes de combate. Em Guadalajara, eles contribuíram com 30 dos 58 ouros. Foram 8 no boxe, 6 no judô 4 no levantamento de peso, 9 na luta, 2 no taekwondo e um no tiro. A esperança é manter esses resultados. Se o judô não está tão bem, lembra-se que há quatro anos Cuba ganhou 4 pratas no tiro.

Os grandes nomes de Cuba para esta edição, falando-se de esportes de combate, são:

Mijain López, da grecorromana – É bicampeão olímpico e heptacampeão mundial

Idalis Ortiz, do judô – Bicampeã mundial e campeã olímpica

Leuris Pupo, do tiro – Campeão olímpico.

Além dos esportes de combate, há grande aposta em canoagem e remo. A canoagem conseguiu três ouros e quatro pratas em Guadalajara. O remo contribuiu com quatro ouros e três pratas.

Cuba ainda tem esperança em ginástica, com a revelação Manrique Larduet, com possibilidades de conseguir dois ouros e basquete feminino. A dupla masculina de vôlei de praia é boa, mas o Brasil é favorito.

Para manter o segundo lugar, Cuba precisa ter um ótimo aproveitamento nos esportes acima, porque dificilmente manterá os 18 ouros conquistados com o atletismo. Aquela foi uma colheita de exceção, dificilmente mantida.

Agora, as principais apostas são: salto triplo masculino, disco masculino e feminino, dardo masculino e feminino, martelo masculino e feminino, salto com vara feminino, 800m masculino e feminino, 110c barreiras masculino, decatlo  e heptatlo.

Caso consiga 10 ouros em atletismo, ainda serão necessários 45 títulos. Elas poderão vir de:

Boxe – 8

Canoagem 4

Ciclismo 2

Pelota vasca 3

Judô 4

Peso 4

Luta 9

Remo 4

Taekwondo 2

Tiro 3

Ginástica 2

Basebol 1

As contas começam hoje com o início do judô.

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