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Savón derruba mais um e garante a dura vitória dos Domadores na Ucrânia
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Menon

O cruzado de esquerda acertou o supercílio direito do bielorrusso Siarnei Karneyeu que foi ao chão para não mais se levantar. Com 1min18 do quinto assalto, Erislandy Savón garantia sua quarta vitória na V Liga Mundial de Boxe. A terceira por nocaute. A outra foi por WO.

Não havia sido a primeira queda de Karneyeu. No segundo assalto, uma combinação de direto de direita e cruzado de esquerdo já havia sido o suficiente  para a abertura de contagem. Interessante e inexplicável é que um dos juízes deu vantagem de 10 a 8 para Karneyeu mesmo savonsavoncom a queda.

Antes do nocaute, Savón vencia por 40 a 34, 38 a 35 e 39 a 37. São números que não demonstravam a verdade e foram desmentidos pelo nocaute.

A vitória de Savon foi a terceira de Cuba. Venceu por 3 a 2 os Otomanos da Ucrânia em uma noitada que deve servir de estudos para os estrategistas cubanos, principalmente em relação ao garoto Yoahnis Argilagos, de 18 anos.

Ele, que estreou no boxe adulto na Série Mundial e que venceu as duas primeiras lutas, sofreu sua segunda derrota. Foi amplamente dominado (50×45, 50×45 e 50×44) por Hasanboy Dusmatov, que já havia vencido suas três primeiras lutas. No ano passado, Cuba dependia nos 49 quilos de Yosbani Veitia, que ganhou suas oito lutas. Ele subiu para os 52 quilos e já venceu seus três primeiros rivais. Enquanto Argilagos não ganha cancha e força, Cuba sempre correrá o risco de começar a noite com uma derrota.

Havia apreensão também nos 56 quilos. Robeisis Ramírez, campeão olímpico, foi preterido uma vez mais. Fala-se em pouca assiduidade aos treinamentos. A vaga ficou com Andy Cruz, de 20 anos que, como havia feito contra Brian González, venceu. Desta vez, com muito mais dificuldades. Omurbek Malekov, do Quirgiquistão, travou uma luta aberta e a vitória de Cruz veio com apertados duplo 48×476 e 48×46.

O horizonte apontava para uma vitória por 4 a 1, pois Toledo e López eram favoritos. Yasniel Toledo, dos 64 quilos, vencedor nos três combates anteriores, chegava também com o peso do currículo de bronze olímpico e duas vezes prata mundial. Além disso tudo, Volodymir Matiichuk era um debutante.

Um debutante corajoso e de um boxe muito feio. Agarrava muito, não permitia que Toledo, muito mais técnico, pudesse lutar. A vitória do cubano foi por 2 a 1 (49×46, 49×45 e um inexplicável 46×49). Como não venceu por 3 a 0 pode ter sua liderança no ranking ameaçada. Os dois primeiros de cada categoria se classificam para a Olimpíada. Nas categorias de 49 e acima de 91 quilos, há apenas uma vaga.

E quem vai sofrer para manter a liderança é Arlen Lopez, dos 75 quilos. Foi amplamente dominado pelo uzbeque Hurshidbek Normatov, que completou sua terceira vitória na série, com contagem de 50×45. 49×45 e 49×46.

Terminada a primeira fase da competição, Os Domadores de Cuba estão invictos, com sete vitórias. Ganharam 31 lutas e perderam quatro, com aproveitamento de 88.6%.

No dia 6 de março, os Domadores vão até o Marrocos enfrentar os Leões de Atlas de Marrocos na categoria C2, nos 52, 60, 69, 81 e acima de 91 quilos.


Pitada de capitalismo ajuda Cuba a fazer dream team no boxe olímpico
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Menon

Desde 2004, em Atenas, quando ganhou cinco medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze, o boxe de Cuba não está tão forte.

A massificação do esporte e sua capacidade de regeneração são importantes para que o time atual seja tão forte. Mas uma boa dose de capitalismo está presente nesse momento de ascensão.

A criação da WSB (Liga Mundial de Boxe tem ajudado muito Cuba). É um campeonato muito parecido com a Liga Mundial de Vôlei. São dois grupos de oito equipes, que se enfrentam em turno e returno. O campeão de cada grupo vai para a semi. Os outros dois saem dos cruzamentos dos segundos e terceiros de cada grupo.

E o que a Liga tem de tão importante para Cuba? É um campeonato semiprofissional, com lutas de cinco assaltos, ao contrário dos três do boxe olímpico. Não há protetores na cabeça e nem no peito.

E há dinheiro. Os lutadores selecionados por cada time recebem um salário mensal. Recebem por lutas que participam. Recebem por lutas ganhas. Por nocautes conseguidos.

Não é só isso. Cuba, desde 2013, mudou também. Todo atleta tem direito a ficar com 80% do que receber em conquistas internacionais, seja um meeting de atletismo ou na Liga.

Evidentemente que um lutador profissional ganha em uma luta mais do que um participante da Liga Mundial possa ganhar dez anos. Mas ganha. E, falando-se de Cuba, o que se ganha permite uma boa vida na Ilha.

Com estas medidas é possível enfrentar, ainda que de maneira incipiente, a saída de lutadores cubanos.

Basta dar uma olhada nos medalhistas de 2004. Guillermo Rigondeaux, que também venceu em 2000, deixou Cuba em 2008. Odlaniel Solis, Yoriorkis Gamboa, Yan Barthelemey e Odlaniel Solis saíram em 2006. Mário Kindelán se aposentou.

Em 2008, saíram Erislandy Lara e Yordenis Ugas, campeões mundiais em 2005.

Ainda há gente saíndo. No ano passado, foram Ramón Luís e Marcos Forestal. Mas há um time muito forte, pronto para lutar por muitas medalhas em 2016.

No próximo post, eu falo sobre os dez titulares da Liga Mundial de Boxe. Ganharam os cinco primeiros encontros, com 24 vitórias e uma derrotas. Eles possuem dois títulos olímpicos e cinco mundiais. Além de dois bronzes olímpicos e duas pratas mundiais. Os titulares são Erislandy Savón, Leinier Peró, Julio Cesar La Cruz, Arlen Lopez, Roniel Iglesias, Lázaro Alvarez, Yanier Toledo, Robeisis Ramirez, Yosvani Veitia e Joahnis Argilagos.

Bicampeão mundial e bronze olímpico, Lázaro Álvarez domina os 60 quilos

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