Sete homens de ouro do boxe cubano
Menon
Cuba conseguiu cinco medalhas de ouro em Londres. No Rio, há a possibilidade de conseguir cinco apenas no boxe. A equipe é muito forte e seus lutadores, participando da Liga Mundial de Boxe, semiprofissional, passaram a receber salários em torno de 3 mil dólares, muito para os padrões da Ilha. Não se compara às fortunas do boxe profissional, mas servem para diminuir a possibilidade de deserção.
A equipe olímpica e muito forte. Entre seus dez boxeadores, é possível contar dois títulos olímpicos e três mundiais. Venceram a Liga Mundial de Boxe no ano passado e lideram esse ano com 15 vitórias e nenhuma derrota. Como a Liga garante a classificação olímpica para os dois melhores do ranking nas categorias 52, 56, 60, 64, 69, 75 e 81 e para os melhores nas categorias 49, 91 e +91, é possível que grande parte da equipe para Rio-16 já se complete esse ano. Os que não conseguirem, certamente conseguirão a vaga em torneios classificatórias, fazendo com que Cuba tenha equipe completa como não ocorre há duas Olimpíadas.
Os cinco melhores pugilistas amadores da atualidade são os seguintes:
1) Roniel Iglesias (69 quilos) – 26 anos – Campeão olímpico em Londres-12 e campeão mundial em Milão-09. Medalha de bronze na Olimpíada de Pequim-08. Canhoto de 26 anos, teve problemas disciplinares em 2013 quando ficou afastado por seis meses da seleção nacional. Ficou fora do Mundial-13 e viu o compatriota Arnoidis Despaigne ficar com a medalha de prata. Reincorporado, venceu as cinco lutas que disputou.
2) Robeysis Ramírez (56 quilos) – 21 anos – Apareceu para o mundo do boxe em 2011, com 18 anos, vencendo a Olimpíada da Juventude, o Mundial de juniores e os Jogos Pan-americanos. No ano seguinte, foi campeão olímpico em Londres, sempre nos 52 quilos. Subiu de peso e os cubanos passaram a ver nele alguém capaz de superar Félix Savón e Teófilo Stevenson, que venceram três olímpiadas. Ele poderia ter seu quarto título em 2024. Problemas disciplinares – pouca vontade de treinar – o afastaram da seleção cubana por seis meses, no início do ano passado. Havia vencido suas duas primeiras lutas na Serie Mundial. Foi substituído por Marcos Forestal, que desertou, após cinco vitórias. Ramírez foi convocado novamente e afastado uma vez mais. Em 2015, voltou a mostrar foco e bons resultados. Pode ser o início da retomada de tudo que se esperava dele.
3) Lázaro Álvarez (60 quilos) – 23 anos – Canhoto, com muita técnica e forte pancada, foi campeão mundial em 2011 e 2013. Em Londres-12, ficou com a medalha de bronze. Na Liga Mundial, venceu as seis primeiras lutas e foi derrotado na decisão, contra o Azerbaijão. Está em sua melhor forma e tem muitas chances de ficar com o tricampeonato mundial.
4) Julio Cesar de La Cruz (81 quilos) – 25 anos – Bicampeão mundial em 2011 e 2013, ele tem a tarefa de conseguir, pela primeira vez na história, um título olímpico para Cuba nos 81 quilos. Em 2012, perdeu para o brasileiro Yamaguchi Falcão e ficou sem medalha. Capitão da seleção cubana, La Cruz tem um estilo muito técnico, sempre com a guarda aberta e muita movimentação. No ano passado, levou um tiro em uma festa e ficou afastado por alguns meses.
5) Erislandy Savón (91 quilos) – 24 anos – Mesmo com títulos de menor expressão – Panamericanos e Centroamericanos – em relação aos colegas, Savón e aposta fortíssima. No ano passado venceu suas oito lutas na Liga Mundial. Foi eleito o melhor boxeador da competição. Este ano, já ganhou as duas primeiras, com nocautes no primeiro assalto, e a terceira porque seu adversário não compareceu. Tem 1,92m e uma pancada fortíssima. Os bons resultados começaram a aparecer quando trocou de categoria, deixando os superpesados onde precisava enfrentar lutadores com mais de 120 quilos.
6) Yasnier Toledo (64 quilos) – 25 anos – Medalha de prata nos Mundiais de 2011 e 2013 e medalha de bronze em Londres-12. Na Liga do ano passado, perdeu apenas uma luta. Em 2015 venceu as três que disputou. Foi campeão mundial junior em 2005 e pan-americano em 2011, em Guadalajara, vencendo o brasileiro Robson Conceição.
7) Yosvani Veitia (52 quilos) – 22 anos – Não tem um títulos importantes, mas fez uma temporada perfeita na Liga do ano passado, com oito vitórias em oito lutas. Em 2015, deixou os 49 quilos e manteve a invencibilidade, com duas novas vitórias. Foi medalha de prata no Pan-11 e foi eliminado na segunda luta da Olimpíada de Londres pelo chinês Zou Shiming, futuro campeão. No Mundial de 2013 foi bronze.
A equipe é completada por:
Arlen Lopez – 75 quilos – assumiu a vaga com a deserção de Ramón Luiz e está lutando bem. Ganhou suas duas lutas na Liga Mundial.
Leinier Peró – + 91 quilos. Campeão pan-americano nos 91 quilos, passou a lutar no superpesados e passou a enfrentar adversários pelo menos dez quilos acima. Ele pesa 99 quilos. Venceu suas duas primeiras lutas esse ano.
Yoahnis Argilagos – 49 quilos – Tem apenas 18 anos e quatro lutas como adulto. Venceu Santiago Amador para definir quem seria o representante cubano. Já na Liga, ganhou as duas primeiras e perdeu para o experimentado mexicano Joselito Vasquez.
Interessante notar que as categorias 49 e acima de 91 quilos tem menos lutadores na Olimpíada, o que torna a chance de medalhas mais provável
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