Julio Cesar la Cruz, um imperador contra a maldição
Menon
O boxe cubano ganhou 34 medalhas de ouro em sua história olímpica. Nenhuma delas veio na categoria 81 quilos. É um feitiço a ser quebrado em 2016 por Julio Cesar La Cruz Peraza. Ele teve sua chance em Londres e foi derrotado pelo brasileiro Yamaguchi Falcão, por 18 a 15. Falcão, que havia perdido para La Cruz a decisão do Pan de Guadalajara, um ano antes, mudou de tática. Em vez de atacar, esperou. E ganhou nos contra-ataques.
La Cruz tem um estilo peculiar. Luta com a guarda sempre baixa. Os dois braços não cobrem o rosto e nem o peito. Ele se posta com o tronco adiantado, praticamente oferecendo o rosto para uma pancada que raramente recebe. Tem uma esquiva extraordinária.
Bicampeão mundial em 2011 e 2013, La Cruz perdeu sua última luta em março do ano passado, contra o russo Ivanov, pela Liga Mundial de Boxe. Foi sua única derrota e não foi a única notícia ruim. Foi atingido por um tiro em um baile em Camaguey, sua província e ficou um tempo sem lutar.
Em Cuba, está invicto há cinco anos. Tem um cartel muito grande, impensável para um lutador brasileiro, que compete bem menos. Aos 25 anos, é um dos expoentes dos Domadores de Cuba, que lideram a Liga Mundial de Boxe com nove vitórias em nove encontros. São 40 vitórias e cinco derrotas.
O próximo encontro será em Moscou, contra a Equipe Russa. La Cruz estará no ringue, uma vez mais. É uma competição importante, como o Mundial de Doha, no segundo semestre, mas toda a vontade de La Cruz é direcionada para a Olimpíada do Rio. ''A derrota para Falcão foi a mais dura de minha carreira. Aprendi muito com o erro e estou me preparando para ser campeão no Brasil'', disse ao site Cubasi.
E como vencer no Rio? A resposta surpreende pela simplicidade. ''Como sempre disse Alcides Segarra, grande treinador cubano, a única maneira de se conseguir o ouro é manter-se invicto sempre''.
*As opiniões expressas neste blog são de responsabilidade do autor.