Vôlei começa a reagir. Mas falta muito
Menon
Cuba não competiu em esportes coletivos na última Olimpíada. Nenhuma equipe conseguiu a classificação. Para Rio-16, as maiores chances são para o basquete feminino, que venceu a última Copa América, no Canadá, e as duplas de vôlei de praia que tem conseguidos bons resultados em campeonatos da Norceca, que reúne países das Américas do Norte, Central, além do Caribe.
E o vôlei de quadra, um dos esportes preferidos dos cubanos. Há boas novidades, mas a retomada – depois de tantas deserções – é lenta. Pela primeira vez nos últimos cinco anos, Cuba conseguiu a classificação para as categorias sub-18, sub-20 e sub-23, em ambas as categorias. São seis classificações.
E para por aí. A última classificação, no sub-18 veio na última semana com a Copa Pan-Americana, realizada em Havana. Cuba ficou em terceiro lugar, atrás de Argentina e República Dominicana. A alegria pela vaga foi dividida, pelos leitores dos sítios de esporte, com uma análise muito crítica. “Agora, ficamos atrás das dominicanas que ensinamos a jogar e das argentinas, que nunca tiveram força”, diz um deles.
A Copa Pan-Americana tinha oito países divididos em dois grupos de quatro. No Grupo A, estavam Argentina, República Dominicana, Peru e México, que já tinham vaga garantida. E havia uma vaga para o vencedor do Grupo B, que tinha Cuba, Porto Rico, Chile e Costa Rica. Cuba venceu todos os rivais, perdeu para Dominicana na semifinal e venceu Porto Rico, novamente, agora valendo o terceiro lugar.
A seleção cubana não utilizou Melissa Vargas, sua revelação de 15 anos, que já disputa campeonatos pela equipe principal. Foi dado um descanso a ela, enquanto se busca alternativas para não depender de uma única atleta.
Fora da quadra também houve uma vitória. Havana será sede de um quadrangular com Porto Rico, Canadá e República Dominicana, de 5 a 7 de junho. Os dois melhores se classificam para Copa do Mundo do Japão, de 20 de agosto a 7 de setembro, que é simplesmente o primeiro torneio classificatório para a Olimpíada. A sede do torneio seria em Porto Rico, mas foi mudada para que se evitassem problemas com vistos de jogadoras cubanas, algo sempre complicado quando se lembra que Porto Rico é um estado associado aos EUA.
A Copa do Mundo abrigará dois países de cada continente e mais Estados Unidos, campeãs do mundo e Japão.
O vôlei masculino também terá seu quadrangular. Será em Detroit, contra EUA, Canadá e México. Também se classificam dois para a Copa do Mundo, no Japão, de 8 a 23 de setembro.
A seleção masculina foi campeão no ano passado do nível 3 da Liga. Agora está no Grupo C do nível dois, com Canadá, Bulgária e Argentina. O campeão desse grupo enfrentará o campeão dos Grupos D (República Tcheca, Franca, Japão e Coréia do Sul) e E (Bélgica, Finlandia, Holanda e Portugal). Além dos três, a Bulgária participará do quadrangular final, em seu territorio, cujo campeão se classificará para a fase final da Liga, no Brasil, de 15 a 19 de julho. Caso a Bulgária vença o Grupo, algum país será convidado para completar o quadrangular. Não há regra definida.
O caminho é longo, mas alguns passos foram dados. Muito mais fácil seria com um acordo entre a federação cubana e seus ídolos, homens e mulheres, espalhados pelo mundo.
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