Cuba “aberta ao mundo” garante vaga no Rio-16
Menon
Depois de 16 anos – foi apenas sétimo em Sydney-2000 – o vôlei masculino de Cuba voltará a disputar os Jogos Olímpicos. A vaga foi conquistada com uma vitória por 3 a 0 (25/15, 25/21 e 25/21) sobre o Canadá, na final do Pré Olimpíco da Norceca, que contou ainda com México e Porto Rico, também vencidos por Cuba por 3 a 0.
A vitória é reflexo do recente processo de flexibilização do esporte cubano. Cansado de deserções, os dirigentes agora incentivam que jogadores se transfiram para ligas estrangeiras. As transações são feitas diretamente com as federações cubanas, que ficam com 10% dos valores acordados. Há uma cláusula que garante a presença dos atletas quando a seleção precisar.
Os destaques da jovem seleção cubana – apenas quatro atletas têm mais de 23 anos – atuam fora do país. Rolando Cepeda e Javier Jimenez estão na Grécia, Osma Uriarte na Turquia e Livan Osoria na Argentina. Não são ligas particularmente fortes, mas são muito mais competitivas do que o campeonato nacional cubano, com quatro equipes.
Rolando Cepeda, de 26 anos, foi o capitão e condutor da seleção cubana. Marcou 21 pontos – cinco aces – na última partida e foi considerado o MVP da competição. Foi ainda o melhor atacante, o melhor oposto e o melhor serviço.
Ricardo Calvo, de 18 anos, foi eleito o melhor levantador, Uriarte foi o segundo melhor atacante e Osoria o segundo melhor bloqueador.
Além de Cuba, estão classificados Brasil, Argentina, Estados Unidos, Itália e Russia. O time cubano não tem esperanças de medalha, mas pode surpreender alguns favoritos. Teria ilusões muito maiores caso o projeto de “flexibilização” não fosse tão recente. Há jogadores de altíssimo nível espalhados pelo mundo, como Wilfredo Léon, Robertland Simon, Yoandri Leal, Osmani Juantorena…
A classificação foi um tipo de bálsamo para Gilberto Herrera, um dos treinadores ao lado de Rodolfo Sánchez, ex-jogador dos tempos melhores do vôlei cubano.
Herrera era o técnico da seleção cubana que venceu a Copa dos Campeões em 2001. Seis meses depois, a seleção estava na Bélgica para alguns amistosos quando seis jogadores – Ihosvany Hernandez, Angel Dennis, Lionel Marshall, Ramon Gato, Yasser Romero e Jorge Luis Hernandez – deixaram a concentração e abandonaram a seleção.
O treinador ficou sem time e depois sem emprego. Foi trabalhar em clubes da Espanha e na seleção da Venezuela. Agora, voltou. Cuba está novamente na Olimpíada e com menos perigo de deserções que fazem o recomeço ser uma constante no voleibol da Ilha