Brasil ajuda a salvar carreira do judoca cubano campeão mundial
Menon
A carreira de Asley González, judoca da categoria 90 quilos, é uma prova de ascensão. Bronze no Mundial 2011, prata na Olimpíada-13, ouro no Mundial13 e….um problema gravíssimo no ombro direito. A ascensão virou incerteza. Mesmo o futuro da carreira estava indefinido.
Era necessário operar. E ela veio com a ajuda do maior rival das Américas. Foi o Brasil, através da Confederação Brasileira de Judô, que facilitou e muito a recuperação de Asley. “O Justo Noda, treinador da seleção masculina de Cuba me procurou e pediu ajuda para a operação porque o Brasil é uma referência em operação e recuperação de ombro”, explica Ney Wilson, gestor de alto rendimento da seleção brasileira.
Asley foi encaminhado ao médico Breno Schor, que trabalha com a CBJ. “O médico explicou ao Noda que não cobraria nada mas que as outras pessoas que participariam da operação, como anestesita, enfermeira etc não poderiam abrir mão. Noda concordou e o governo cubano se responsabilizou pelos custos”.
Houve ainda outro tipo de ajuda. Asley veio acompanhado de um fisioterapeuta cubano, que tomou aulas durante o período de recuperação para continuar o tratamento em Cuba. A estadia dos dois em São Paulo, foi bancada pela CBJ.
“Ele foi submetido a uma artroscopia do ombro direito em outubro de 2014 para reparar uma lesão ligamentar e do tendão do bíceps. A cirurgia demorou 1h30min. Não conheço a medicina cubana , mas eles nos procuraram , pois ele estava em tratamento em Cuba há 1 ano sem melhora e me relataram que não faziam os procedimentos por via artroscopia em Cuba”, explica o médico Breno Schor.
O médico teve boa impressão de Asley González: “Ele é um atleta com boa índole , respeitoso e focado . Seguiu bem os procedimentos pós cirúrgicos enquanto estava no Brasil e pelos relatos que tenho do médico cubano , está sendo bem responsável no seguimento em Cuba”
Asley viajou com a delegação cubana no final do ano para o Mundial-14 em Cheliabinski, na Rússia. Não defendeu seu título. Mas tentará, no segundo semestre, em Toronto, no Canadá, seu primeiro título pan-americano. Será sua volta, praticamente dois anos depois da lesão.
Ubelino Moreno, médico da equipe cubana, comemora a recuperação. “Já recuperou a totalidade dos movimentos, esta fazendo pesos e já está treinando nos tatamis, mas sem utilizar o ombro.”
A participação no Pan pode ser um indicativo das possibilidade de Asley González na Olimpíada de 2016. E, seja qual for o resultado, Ney Wilson estará feliz. “Ele pode até ganhar a medalha de ouro, não interessa. O importante é que ajudamos um campeão a se recuperar. O importante é ter solidariedade no esporte”, diz Ney Wilson.