Cuba Sem Barreiras

Arquivo : fevereiro 2015

Savón derruba mais um e garante a dura vitória dos Domadores na Ucrânia
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Menon

O cruzado de esquerda acertou o supercílio direito do bielorrusso Siarnei Karneyeu que foi ao chão para não mais se levantar. Com 1min18 do quinto assalto, Erislandy Savón garantia sua quarta vitória na V Liga Mundial de Boxe. A terceira por nocaute. A outra foi por WO.

Não havia sido a primeira queda de Karneyeu. No segundo assalto, uma combinação de direto de direita e cruzado de esquerdo já havia sido o suficiente  para a abertura de contagem. Interessante e inexplicável é que um dos juízes deu vantagem de 10 a 8 para Karneyeu mesmo savonsavoncom a queda.

Antes do nocaute, Savón vencia por 40 a 34, 38 a 35 e 39 a 37. São números que não demonstravam a verdade e foram desmentidos pelo nocaute.

A vitória de Savon foi a terceira de Cuba. Venceu por 3 a 2 os Otomanos da Ucrânia em uma noitada que deve servir de estudos para os estrategistas cubanos, principalmente em relação ao garoto Yoahnis Argilagos, de 18 anos.

Ele, que estreou no boxe adulto na Série Mundial e que venceu as duas primeiras lutas, sofreu sua segunda derrota. Foi amplamente dominado (50×45, 50×45 e 50×44) por Hasanboy Dusmatov, que já havia vencido suas três primeiras lutas. No ano passado, Cuba dependia nos 49 quilos de Yosbani Veitia, que ganhou suas oito lutas. Ele subiu para os 52 quilos e já venceu seus três primeiros rivais. Enquanto Argilagos não ganha cancha e força, Cuba sempre correrá o risco de começar a noite com uma derrota.

Havia apreensão também nos 56 quilos. Robeisis Ramírez, campeão olímpico, foi preterido uma vez mais. Fala-se em pouca assiduidade aos treinamentos. A vaga ficou com Andy Cruz, de 20 anos que, como havia feito contra Brian González, venceu. Desta vez, com muito mais dificuldades. Omurbek Malekov, do Quirgiquistão, travou uma luta aberta e a vitória de Cruz veio com apertados duplo 48×476 e 48×46.

O horizonte apontava para uma vitória por 4 a 1, pois Toledo e López eram favoritos. Yasniel Toledo, dos 64 quilos, vencedor nos três combates anteriores, chegava também com o peso do currículo de bronze olímpico e duas vezes prata mundial. Além disso tudo, Volodymir Matiichuk era um debutante.

Um debutante corajoso e de um boxe muito feio. Agarrava muito, não permitia que Toledo, muito mais técnico, pudesse lutar. A vitória do cubano foi por 2 a 1 (49×46, 49×45 e um inexplicável 46×49). Como não venceu por 3 a 0 pode ter sua liderança no ranking ameaçada. Os dois primeiros de cada categoria se classificam para a Olimpíada. Nas categorias de 49 e acima de 91 quilos, há apenas uma vaga.

E quem vai sofrer para manter a liderança é Arlen Lopez, dos 75 quilos. Foi amplamente dominado pelo uzbeque Hurshidbek Normatov, que completou sua terceira vitória na série, com contagem de 50×45. 49×45 e 49×46.

Terminada a primeira fase da competição, Os Domadores de Cuba estão invictos, com sete vitórias. Ganharam 31 lutas e perderam quatro, com aproveitamento de 88.6%.

No dia 6 de março, os Domadores vão até o Marrocos enfrentar os Leões de Atlas de Marrocos na categoria C2, nos 52, 60, 69, 81 e acima de 91 quilos.


Chus Alonso, cubano, fez o primeiro gol no Bernabeu. E mais 64 pelo Real
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Menon

 

jesus Alonso fernandez

jesus Alonso fernandez

A história parece fantasiosa mas é documentada pelo site oficial do Real Madrid. Ali, há um ícone para que se conheça os grandes jogadores da história do clube. As lendas do clube. Gente como Beckham, Di Stefano e outros. E na letra C, é possível achar ano o cubano Chus Alonso (Jesus Alonso Fernández).

Ele é o autor do primeiro gol em jogos oficiais no estádio Santiago Bernabeu. Foie m 28 de dezembro de 1947 em uma goleada por 5 a 1 sobre o Athletic, pela Liga. Duas semanas antes, ele participou do amistoso de inauguração do estádio. Fez o segundo e o terceiro na vitória por 3 a 1 sobre o Belenenses. O primeiro foi de Barinaga.

Alonso é descrito como um meia forte e de bom cabeceio. Marcou 65 gols em 159 jogos. Chegou a fazer três partidas pela seleção espanhola. Mas ele não foi o primeiro e nem o único cubano no Real Madrid. Além deles, foram “merengues” os seguintes jogadores:

Enrique Ferrer, ponta que fez uma partida apenas na temporada 1935/36

Armando Giral. ponta que jogou em 1902/03 e 1905/07, marcando 4 gols em 11 jogos

Mario Giral, zagueiro que fez quatro partidas em 1902/03

Jose Giral, atacante, que fez dois gols em dez jogos nas temporadas de 1902/03 e 1905/07

Mario Goitia, goleiro que fez duas partidas em 1941

Fernando Quesada, defesa que fez quatro partida em 1915

Antônio Neyra, atacante que fez oito jogos e cinco gols

O futebol nunca foi o esporte mais popular de Cuba. Sempre esteve atrás do beisebol, boxe, atletismo, xadrez e vôlei que tiveram campeões mundiais e olímpicos. O campeonato tem dez  clubes que se enfrentam em turno e returno em campos mal cuidados e pequenos estádios. O líder é Vila Clara que tem o angolano Yango Keita (estudante de Medicina em Cuba) como uma de suas atrações.

Outros estrangeiros já atuaram em Cuba. No ano pasado lá estava o italiano Pietro Resta e são lembrados também o congolês Ricardo de Bintu, os angolanos Antonio dos Santos e Bernardo Faustino e os sul-africanos Kessele King, Adama Keita e Pancrasio Inkema.

É um futebol frágil, que comemorou muito a participação no Mundial sub-20 de 2013, quando perdeu para Coreia do Sul (2 a 1), Nigéria (3 a 0) e Portugal (5 a 0). Comemorar participação cheia de derrotas? Lembremos de Jamaica abaixo de zero. Este ano, o time não se classificou. Começa a lutar agora pela classificação no sub-17.

Este ano, o campeonato nacional tem sua centésima edição. O primeiro jogo em Cuba foi em 1911. E o grande momento da história foi há muito tempo. 77 anos.

cuba38

Em 1938 Cuba surpreendeu o mundo ao tornar-se o primeiro país da atual Concacaf a derrotar uma seleção europeia. Ela eliminou a Romênia na Copa do Mundo de 1938. Um empate  por 3 a 3 e uma vitória por 2 a 1 levaram Cuba às quartas-de-final, quando foi eliminada por 8 a 0 pela Suécia.

Um dos destaques era o atacante Juan “Romperredes” Tunas, que foi campeão mexicano em 1944/45 juntamente com outros cubanos como o goleiro Juan Ayra, o volante Jose Antônio “Bolillo” Rodriguez e o meia Manuel “Cubanaleco” Gil.


Cuba tem time de debutantes no vôlei. Não dá para encarar campeãs
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Menon

Melissa Vargas é a segunda da esquerda para a direita

Melissa Vargas é a segunda da esquerda para a direita

O êxodo intenso e contínuo de atletas cubanos afeta especialmente às seleções de vôlei, masculina e feminina. Entre as mulheres, entretanto, a sangria é maior e a reposição falhou. Assim, as Espetaculares Morenas do Caribe, tricampeãs olímpicas e bi mundiais na década de 90, se resume agora a um grupo de 24 jovens jogadoras.

Seis delas têm apenas 15 anos. Idade em que meninas estão começando a  disputar campeonatos juvenis e elas já enfrentam times formados como o Brasil de Fabiane. E para comemorar tantos aniversários, o Instituto Nacional de Esportes e Recreação promoveu um pequeno baile de debutantes para Melissa Vargas, Gretell Moreno, Aidachi Attilah, Dalila Palmas, Lisset Herrera y Yailén Leslie. Elas dançaram a tradicional valsa com parentes e amigos, além de trabalhadores do Inder. O baile ficou por conta da Allyson Son e ouve anda um desfile de moda, tendo como tema os orixás, presentes na cultura cubana tanto como na brasileira.

Melissa Vargas, titular da seleção desde os 13 anos, é a mais famosa das debutantes. Com 1,92m, é considerada a sucessora de Mireya Luis Mesmo se as Espetaculares Morenas do Caribe voltassem a defender Cuba, haveria lugar para Melissa Vargas, garota de 14 anos em 1,92m.

Grande revelação dos últimos tempos, apontada como sucessora de Mireya Luiz e é a esperança de dias melhores. Atua na seleção principal, na sub-23, sub-20, sub-18 e sub-16. Graças a ela, principalmente, Cuba classificou-se para quatro competições importantes em 2015: Grand Prix, Liga Mundial e os Mundiais sub-23 e sub-20.

Vai fazer feio nos dois primeiros e pode surpreender nos dois últimos.

Prova de que uma Espetacular Morena do Caribe apenas não traz pódio. Não faz história.


Lisandra de ouro. Lisandra de bronze. E nada em Dusseldorf
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Menon

O fim de semana trouxe duas alegrias e uma decepção para os cubanos. As alegrias, em lugares tão distintos como Colômbia e França, tiveram o mesmo nome: Lisandra.

Em Barranquilla, na Colômbia, o triatlo de Cuba foi predominante, com Lisandra Hernández  vencendo a Copa Pan-americana e Leslie Amat ficando em segundo lugar. Com o resultado, Guerra garantiu vaga nos Jogos Pan-americanos de Toronto. Como havia muitos ventos e ondas, não houve a competição no mar. O triatlo se transformou em um duatlo, como havia acontecido em Veracruz, México, nos Jogos Centro-americanos e do Caribe.

A prova teve 3 quilômetros de corrida, 40 de ciclismo e mais dez de corrida. Hernández fez o tempo de 2h07min12s e Amat chegou 15 segundos depois. Concorreram 60 atletas de 20 países. Na parte masculina, Michel González e Conrado Martínez desistiram, com problemas nas bicicletas.

Em Paris, outra Lisandra, Guerra, ficou com a medalha de bronze no Mundial de ciclismo de pista, na categoria keirin. Ela ficou 155 milésimos de segundo atrás da holandesa Sanne Braspennincx e a 219 milésimos de segundo a australiana Anna Meares. A cubana Marles Mejias ficou em quinto no ominium.

Não houve Lisandras em Dusseldorf, no GP de judô. A atuação cubana foi fraca, com Aliuska Ojeda, Ivan Silva e Magdiel Estrada perdendo na primeira luta. José Armenteros, vice-campeão mundial, perdeu na segunda luta e Kaliema Antomarchi na terceira. Foi para a repescagem e perdeu novamente. Ficou em sétimo.

 


Domadores chegam a 93,3% de vitórias. Aula de La Cruz
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Menon

domadores

Os Domadores de Cuba conseguiram, diante dos Corações de Leão Britânicos, a sexta vitória seguida n V Liga Mundial de Boxe. Com o placar de 4 a 1 mantiveram a ponta do Grupo A, com 18 pontos, 28 vitórias e duas derrotas. Um aproveitamento de 93,33%. O segundo lugar é da Equipe Russa de Boxe (4 vitórias, uma derrota, 19 lutas vencidas e seis perdidas) que venceu por 5 a 0 aos Otomenanos da Ucrânia (4 vitórias, 2 derrotas, 15 lutas vencidas e 15 perdidas).

Julio César de La Cruz (foto) , 81 quilos, bicampeão mundial, foi o destaque da noite. Com seu estilo agressivo, sempre com a guarda baixa, dominou o britânico John Newell desde o primeiro instante. Batia e saía. E também batia e ficava, batendo cada vez mais. Um dos três jurados lhe deu a astronômica vantagem de 50 a 41. Os outros dois optaram por 50 a 43. lacruz

Lázaro Álvarez, 60 quilos, também bicampeão mundial, protagonizou a luta mais franca. Enfrentou Oualid Belaoura, francês de origem argelina, reforço da equipe britânica. Muito corajoso, ele trocou muitos socos com o cubano, canhoto de grande qualidade técnica. No último assalto, Belaoura parecia cansado e foi presa fácil. Apanhou muito. Eu, que não sou expert em boxe, considerei a vantagem dada pelos jurados um pouco exagerada. Um deles viu um 50 a 44 que ninguém viu, outro optou pelo clássico 50 a 45 e o terceiro, mais adequado à realidade cravou 49 a 46.

Leinier Peró, acima dos 91 quilos, campeão panamericano dos 91 quilos, foi o domador domado da noite. Com 99 quilos, ele enfrentou Joe Joyce, bronze europeu, que pesou 110 quilos. Peró usou a tática de bater e sair e se deu em nos dois primeiros assalto. Dois juízes davam empate e um terceiro lhe dava dois pontos de vantagem. Quando Joyce, bem mais alto, encurtou a distância e levou Peiró às cordas, começou a construir a vitória que lhe veio de forma apertada (49 a 46, 48 a 47 e 47 a 48).

O campeão olímpico e mundial Roniel Iglesias(69 quilos)  venceu por triplo 50 a 45 a Ekow Essuman, em uma luta de pouca troca de socos. Nenhum susto. Pouco brilho.

A noite começou com a confirmação de Yosvani Veitia (52 quilos) como um dos principais domadores. O bronze mundial conseguiu sua terceira vitória seguida na temporada, que se juntam às oito conseguidas no ano passado, quando era dos 49 quilos. Ganhou por triplo 50 a 45 de Jose Kelvin de la Nieve, dominicano naturalizado espanhol e que luta pela franquia inglesa.

Na sexta-feira, dia 26 de fevereiro, em Kiev, os Domadores terão um grande desafio diante dos Otomanos da Ucrânia na categoria C1 (49, 56, 64, 75 y 91 kg.

 


Sete homens de ouro do boxe cubano
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Menon

Cuba conseguiu cinco medalhas de ouro em Londres. No Rio, há a possibilidade de conseguir cinco apenas no boxe. A equipe é muito forte e seus lutadores, participando da Liga Mundial de Boxe, semiprofissional, passaram a receber salários em torno de 3 mil dólares, muito para os padrões da Ilha. Não se compara às fortunas do boxe profissional, mas servem para diminuir a possibilidade de deserção.

A equipe olímpica e muito forte.  Entre seus dez boxeadores, é possível contar dois títulos olímpicos e três mundiais. Venceram a Liga Mundial de Boxe no ano passado e lideram esse ano com 15 vitórias e nenhuma derrota. Como a Liga garante a classificação olímpica para os dois melhores do ranking nas categorias  52, 56, 60, 64, 69, 75 e 81 e para os melhores nas categorias 49, 91 e +91, é possível que grande parte da equipe para Rio-16 já se complete esse ano. Os que não conseguirem, certamente conseguirão a vaga em torneios classificatórias, fazendo com que Cuba tenha equipe completa como não ocorre há duas Olimpíadas.

Os cinco melhores pugilistas amadores da atualidade são os seguintes:

1) Roniel Iglesias (69 quilos) – 26 anos – Campeão olímpico em Londres-12 e campeão mundial em Milão-09. Medalha de bronze na Olimpíada de Pequim-08. Canhoto de 26 anos, teve problemas disciplinares em 2013 quando ficou afastado por seis meses da seleção nacional. Ficou fora do Mundial-13 e viu o compatriota Arnoidis Despaigne ficar com a medalha de prata. Reincorporado, venceu as cinco lutas que disputou.

2) Robeysis Ramírez (56 quilos) – 21 anos – Apareceu para o mundo do boxe em 2011, com 18 anos, vencendo a Olimpíada da Juventude, o Mundial de juniores e os Jogos Pan-americanos. No ano seguinte, foi campeão olímpico em Londres, sempre nos 52 quilos. Subiu de peso e os cubanos passaram a ver nele alguém capaz de superar Félix Savón e Teófilo Stevenson, que venceram três olímpiadas. Ele poderia ter seu quarto título em 2024. Problemas disciplinares – pouca vontade de treinar – o afastaram da seleção cubana por seis meses, no início do ano passado. Havia vencido suas duas primeiras lutas na Serie Mundial. Foi substituído por Marcos Forestal, que desertou, após cinco vitórias. Ramírez foi convocado novamente e afastado uma vez mais. Em 2015, voltou a mostrar foco e bons resultados. Pode ser o início da retomada de tudo que se esperava dele.

3)  Lázaro Álvarez (60 quilos) – 23 anos – Canhoto, com muita técnica e forte pancada, foi campeão mundial em 2011 e 2013. Em Londres-12, ficou com a medalha de bronze. Na Liga Mundial, venceu as seis primeiras lutas e foi derrotado na decisão, contra o Azerbaijão. Está em sua melhor forma e tem muitas chances de ficar com o tricampeonato mundial.

Bicampeão mundial, La Cruz

Bicampeão mundial, La Cruz

4) Julio Cesar de La Cruz (81 quilos) – 25 anos – Bicampeão mundial em 2011 e 2013, ele tem a tarefa de conseguir, pela primeira vez na história, um título olímpico para Cuba nos 81 quilos. Em 2012, perdeu para o brasileiro Yamaguchi Falcão e ficou sem medalha. Capitão da seleção cubana, La Cruz tem um estilo muito técnico, sempre com a guarda aberta e muita movimentação. No ano passado, levou um tiro em uma festa e ficou afastado por alguns meses.

5) Erislandy Savón (91 quilos) – 24 anos – Mesmo com títulos de menor expressão – Panamericanos e Centroamericanos –  em relação aos colegas, Savón e aposta fortíssima. No ano passado venceu suas oito lutas na Liga Mundial. Foi eleito o melhor boxeador da competição. Este ano, já ganhou as duas primeiras, com nocautes no primeiro assalto, e a terceira porque seu adversário não compareceu. Tem 1,92m e uma pancada fortíssima. Os bons resultados começaram a aparecer quando trocou de categoria, deixando os superpesados onde precisava enfrentar lutadores com mais de 120 quilos.

6) Yasnier Toledo (64 quilos) – 25 anos –  Medalha de prata nos Mundiais de 2011 e 2013 e medalha de bronze em Londres-12. Na Liga do ano passado, perdeu apenas uma luta. Em 2015 venceu as três que disputou. Foi campeão mundial junior em 2005 e pan-americano em 2011, em Guadalajara, vencendo o brasileiro Robson Conceição.

7) Yosvani Veitia (52 quilos) – 22 anos – Não tem um títulos importantes, mas fez uma temporada perfeita na Liga do ano passado, com oito vitórias em oito lutas. Em 2015, deixou os 49 quilos e manteve a invencibilidade, com duas novas vitórias. Foi medalha de prata no Pan-11 e foi eliminado na segunda luta da Olimpíada de Londres pelo chinês Zou Shiming, futuro campeão. No Mundial de 2013 foi bronze.

A equipe é completada por:

Arlen Lopez – 75 quilos – assumiu a vaga com a deserção de Ramón Luiz e está lutando bem. Ganhou suas duas lutas na Liga Mundial.

Leinier Peró – + 91 quilos. Campeão pan-americano nos 91 quilos,  passou a lutar no superpesados e passou a enfrentar adversários pelo menos dez quilos acima. Ele pesa 99 quilos. Venceu suas duas primeiras lutas esse ano.

Yoahnis Argilagos – 49 quilos – Tem apenas 18 anos e quatro lutas como adulto. Venceu Santiago Amador para definir quem seria o representante cubano. Já na Liga, ganhou as duas primeiras e perdeu para o experimentado mexicano Joselito Vasquez.

Interessante notar que as categorias 49 e acima de 91 quilos tem menos lutadores na Olimpíada, o que torna a chance de medalhas mais provável


Bloqueio impede Cuba de receber 102 mil dólares por título no basebol
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Menon

Em 17 de dezembro do ano passado, os presidentes Barack Obama, dos EUA, e Raúl Castro, de Cuba, surpreenderam o mundo com anúncio de medidas políticas e econômicas que flexibilizavam as relações entre os dois países.

As embaixadas ainda não foram abertas mas as negociações continuam. Cuba exige sair da lista de países que ajudam e propagam o terrorismo internacional, algo que corrigiria uma grande injustiça. E o bloqueio econômico ainda continua. Só pode ser derrubado pelo congresso.

caribeO bloqueio afeta o esporte, como o basebol, por exemplo. A equipe Vegueros de Pinar del Rio, representante de Cuba, venceu a Série do Caribe, enfrentando equipes de Porto Rico, República Dominicana, México e Venezuela e não pôde receber o prêmio de 102 mil dólares devido ao campeão.

A Série do Caribe é um campeonato que tem o patrocínio da Major League Baseball que segue as determinações do Departamento de Controle dos Bens Estrangeiros nos EUA. E ela é explícita ao dizer que nenhum cubano residente na Ilha e nem organismos estatais cubanos podem receber pagamentos em dólares por qualquer tipo de transação. Os jogadores Gourriel, Cepeda e Despaigne, eleitos para o Jogo das Estrelas, também não receberam prêmios em dinheiro.

E, se o bloqueio continua, as autoridades do basebol americano anunciaram medidas que facilitam a deserção de jogadores cubanos. Não é mais preciso que peçam permissão oficial ao governo dos Estados Unidos para firmar contrato com as franquias da MLB. Uma simplificação em relação ao antigo processo em que os jogadores precisavam estabelecer residência em um terceiro país.

E os jogadores que assinarem contrato precisam declaram que não são mais cidadãos cubanos. O texto que assinam é o seguinte “Declaro que assumir residência permanente fora de Cuba. Além disso, declaro que não pretendo voltar a Cuba e que não me permitirão voltar. Declaro também que não sou funcionário do Governo de Cuba e que não sou membro do Partido Comunista de Cuba”.

As decisões dos EUA são contrárias ao modelo de abertura idealizado por Cuba e que está em vigor com o Japão. Os atletas são liberados para jogar, através de contratos preparados conjuntamente entre as entidades esportivas dos dois países e se comprometem a voltar a Cuba para defender a seleção em competições internacionais.

Há cubanos que acreditam que o baseball possa ser a maior fonte de divisas de Cuba, caso um acordo desse tipo seja firmado com a MLB. Mas, ao contrário do que dizia Garrincha, não adianta combinar com os russos. É com os americanos mesmo.

O TÍTULO

A comemoração começou no domingo, dia 8,  à noite, quando a televisão cubana mostrou a vitória por 3 a 2 sobre os Tomateros de Culiacán, campeão da liga mexicana, que levou os Vegueros de Pinar del Rio ao título da Série do Caribe.

A última conquista foi em 1960. Então, Cuba foi expulsa da OEA e impedida, pelos Estados Unidos, de participar da competição. Voltou no ano passado e ficou em último. E agora, quando tudo parecia apontar para novo fracasso, veio a conquista.

As duas primeiras partidas foram de derrota 2 a 1 contra os Tomateros e 6 a 1 contra os Gigantes de Cibao, da República Dominicana.

Veio então nova derrota, com a deserção de Wadmir Gutierrez e Danier Moreira. A delegação culpou a nova lei americana, que facilita a entrada de cubanos na MLB. Os jogadores leram uma carta em que se mostravam contra o assédio e dispostos a lutar até o fim por uma boa presença na competição.

Na terceira partida, uma vitória sofrida. Cuba venceu Cangrejos de Santurce, de Porto Rico, por 3 a 2, com a necessidade de um décimo inning de desempate. Toda alegria por uma nova postura ficou em xeque com nova derrota, por 2 a 1 para Caribes de Anzoategui, da Venezuela.

Cuba folgou na última rodada e se classificou porque os resultados dos outros rivais ajudaram.

Frederich CepedaChegou à semifinal contra o último adversário, Caribes de Anzoategui. Estava perdendo por 4 a 0 e começou uma estupenda reação com o veterando (34 anos) Frederich Cepeda, eu atua nos Gallos de Sanct Spiritus e nos Gigantes de Yomiuri, no Japão.

Quando o time estava perdendo, Cepeda e todos os outros reforços eram contestados. O torcedores diziam que era um absurdo haver deixado de fora jogadores de Pinal del Rio que lutaram pelo título nacional para buscar reforços.

Agora, após a reação que transformou o 0 a 4 em 8 a 4 e a vitória final por 3 a 2 contra os Tomateros, Cepeda voltou a ser herói.

Entre os analistas cubanos, porém, impera a prudência. Todos comemoram o título ansiado, mas lamentam a falta de “rodagem” dos cubanos. Apenas cinco atuam no Japão, enquanto alguns dos rivais estão inclusive na MLB. Talvez com as mudanças políticas seja possível que os cubanos atuem também na MLB e na seleção.

Por enquanto, apenas os que abandonam a delegação cubana podem atuar nos EUA.


Pitada de capitalismo ajuda Cuba a fazer dream team no boxe olímpico
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Menon

Desde 2004, em Atenas, quando ganhou cinco medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze, o boxe de Cuba não está tão forte.

A massificação do esporte e sua capacidade de regeneração são importantes para que o time atual seja tão forte. Mas uma boa dose de capitalismo está presente nesse momento de ascensão.

A criação da WSB (Liga Mundial de Boxe tem ajudado muito Cuba). É um campeonato muito parecido com a Liga Mundial de Vôlei. São dois grupos de oito equipes, que se enfrentam em turno e returno. O campeão de cada grupo vai para a semi. Os outros dois saem dos cruzamentos dos segundos e terceiros de cada grupo.

E o que a Liga tem de tão importante para Cuba? É um campeonato semiprofissional, com lutas de cinco assaltos, ao contrário dos três do boxe olímpico. Não há protetores na cabeça e nem no peito.

E há dinheiro. Os lutadores selecionados por cada time recebem um salário mensal. Recebem por lutas que participam. Recebem por lutas ganhas. Por nocautes conseguidos.

Não é só isso. Cuba, desde 2013, mudou também. Todo atleta tem direito a ficar com 80% do que receber em conquistas internacionais, seja um meeting de atletismo ou na Liga.

Evidentemente que um lutador profissional ganha em uma luta mais do que um participante da Liga Mundial possa ganhar dez anos. Mas ganha. E, falando-se de Cuba, o que se ganha permite uma boa vida na Ilha.

Com estas medidas é possível enfrentar, ainda que de maneira incipiente, a saída de lutadores cubanos.

Basta dar uma olhada nos medalhistas de 2004. Guillermo Rigondeaux, que também venceu em 2000, deixou Cuba em 2008. Odlaniel Solis, Yoriorkis Gamboa, Yan Barthelemey e Odlaniel Solis saíram em 2006. Mário Kindelán se aposentou.

Em 2008, saíram Erislandy Lara e Yordenis Ugas, campeões mundiais em 2005.

Ainda há gente saíndo. No ano passado, foram Ramón Luís e Marcos Forestal. Mas há um time muito forte, pronto para lutar por muitas medalhas em 2016.

No próximo post, eu falo sobre os dez titulares da Liga Mundial de Boxe. Ganharam os cinco primeiros encontros, com 24 vitórias e uma derrotas. Eles possuem dois títulos olímpicos e cinco mundiais. Além de dois bronzes olímpicos e duas pratas mundiais. Os titulares são Erislandy Savón, Leinier Peró, Julio Cesar La Cruz, Arlen Lopez, Roniel Iglesias, Lázaro Alvarez, Yanier Toledo, Robeisis Ramirez, Yosvani Veitia e Joahnis Argilagos.

Bicampeão mundial e bronze olímpico, Lázaro Álvarez domina os 60 quilos

Bicampeão mundial e bronze olímpico, Lázaro Álvarez domina os 60 quilos


Blog Cuba Sem Barreiras estreia no UOL Esporte
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Menon

Meu nome é Luis Augusto Símon e ganhei o apelido de Menon, ainda no antigo ginásio, em Aguaí. Sou engenheiro que nunca buscou o diploma e jornalista tardio. Também sou a prova viva que futebol não se aprende na escola, pois joguei diariamente, dos cinco aos 15 anos e nunca fui o penúltimo a ser escolhido no par ou ímpar. Aqui no UOL, vou dar seguimento a uma carreira que se iniciou em 1988, com passagens pelo Trivela, Agora, Jornal da Tarde entre outros.

Cobri os Jogos Pan-americanos de Havana em 1991 e fiquei impressionado com o amor dos cubanos pelo esporte. Naquela época, Cuba tinha uma participação mais efetiva que o Brasil em esportes olímpicos. Hoje, o Brasil mudou e Cuba também – para pior – e tem dificuldades em manter seu leque esportivo. Os dois países são rivais em muitas competições. O blog traz um olhar sobre as dificuldades e a superação do esporte cubano. Um rival duríssimo que odiamos amar e que amamos odiar. O Cuba Sem Barreiras substitui o Cuba Querida.


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