Cuba Sem Barreiras

Arquivo : abril 2015

Domadores 90%, 5 vagas para Rio-16 e 10 para o Pan de Toronto
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Menon

domandoOs Domadores de Cuba terminaram a primeira fase da Liga Mundial de Boxe, com números e conquistas impressionantes.

1) Tiveram aproveitamento de 100%, com 14 vitórias em 14 encontros de cinco lutas cada

2) Tiveram aproveitamento de 90% nas lutas, com 63 vitórias e 7 derrotas.

3) Conseguiram 5 vagas para a Olimpíada do Rio, das 17 em disputa. As outras cinco serão buscadas no Mundial do segundo semestre ou nos torneios eliminatórias de 2015. Depois de duas Olimpíadas, será possível ter um time completo.

4) Conseguiram 10 vagas para o Pan-Americano de Toronto. A equipe já está completa e não precisará participar de torneios eliminatórios.

Os atletas com vaga olímpica são:

52 quilos – Yosbani Veitia, primeiro no ranking, com 7 vitórias em 7 lutas. No ano passado, quando estava nos 49 quilos, venceu suas oito lutas. Ele é campeão pan-americano e bronze no Mundial.

64 quilos – Yasniel Toledo, primeiro no ranking, com 6 vitórias em 6 lutas. Foi prata nos dois últimos Mundiais e bronze na Olimpíada de Londres

lazaromedalha60 quilos – Lázaro Alvarez, (foto) primeiro no ranking, com 7 vitórias em 7 lutas. Foi medalha de ouro nos dois últimos mundiais e bronze na Olimpíada de Londres

75 quilos – Arlen Lopwz, segundo no ranking, com 6 vitórias e uma derrota. Tem 22 anos e estreou esse ano na equipe principal.

81 quilos – Julio Cesar la Cruz, segundo no ranking, com 6 vitórias e uma derrota. Foi medalha de ouro nos dois últimos mundiais.

Erislandy Savón, dos 91 quilos, melhor pugilista cubano, com 7 vitórias em 7 lutas não conseguiu o bilhete olímpico. Ele teve o mesmo número de pontos de Levit Vassily, do Casaquistão. O regulamento dá 5 pontos para vitórias por 3 a 0 e 3 pontos para vitórias por 2 a 1. Levit ganhou 6 por 3 a 0 e uma por 2 a 1. Savón ganhou 6 por 5 a 0 e uma por WO do mexicano Daniel Paniágua. O regulamento premiou quem lutou mais para fazer o mesmo número de pontos. Savón possivelmente nocautearia Paniágua.

Os outros cubanos que conseguiram vaga no Pan foram:

49 quilos – Yoahnis Argilagos, quarto no ranking, com cinco vitórias e duas derrotas. Campeão mundial sub-17, completou 18 anos e estreou esse ano. Tem muito futuro.

56 quilos – Andy Cruz, quarto no ranking, com cinco vitórias. Substituiu o campeão olímpico Robeisis Ramirez, invicto nas duas primeiras lutas. Nas semifinais, Ramirez deve voltar.  Foi c

69 quilos – Roniel Iglesias, quinto no ranking, com 4 vitórias e duas derrotas. Iglesias é medalha de ouro na Olimpíada de Londres-12 e bronze na Olimpíada de Pequim-08. Foi campeão mundial em 2009. Foi a decepção da equipe, embora suas duas derrotas tenham sido para os primeiros do ranking.

Acima de 91 quilos – Leinier Peró foi terceiro no ranking, com 6 vitórias e uma derrota. Foi campeão no Pan de Guadalajara.

Tags : domadores


NBA chega a Havana, com Steve Nash, Mutombo e Penicheiro
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Menon

Diplomatas cubanos e norte-americanos discutem acaloradamente como colocar em prática o estreitamento das relações entre os dois países, desejo expressado por Barack Obama e Raúl Castro. Enquanto as conversas se arrastam – ainda não definiram com exatidão o que são direitos humanos – fora dali há novidades.

nashA NBA chegará a Cuba. De 23 a 26 de abril, jovens jogadores e jogadores da Ilha terão clínicas com uma delegação que terá Steve Nash, um dos maiores armadores da história, como atração maior. Estarão também o ex-pivô Dikembe Mutombo, membro do Hall da Fama e os treinadores Quin Snyder, do Utah Jazz e James Borrego, do Orlando Magic.

A portuguesa Ticha Penicheiro, que foi eleita uma das 15 melhores jogadoras da história da WNBA também fará parte da delegação.

Ainda no próximo mês, a seleção cubana de futebol enfrentará o Cosmos, time do espanhol Raúl. E há tratativas para que equipes de basebol da MLB façam pré-temporada em Havana, enfrentando equipes locais.


Garcia, rival de Cielo, é suspenso por um ano e fica fora da Olimpíada
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Menon

Pan American Games SwimmingHanser Garcia, o melhor nadador cubano dos últimos 20 anos, está fora da Olimpíada. Por reiteradas ações de indisciplina que afetam seu treinamento, ele foi suspenso por um ano, o que o deixa fora do ciclo olímpico.

O melhor tempo da vida de Garcia nos 100m livres, sua especialidade, foi 48s04 na Olimpíada de Londres, quando ficou em sétimo lugar. Seu maior feito foi a medalha de prata no Pan de Toronto-11, quando marcou 48s34 e secundo César Cielo. Sua última conquista foi nos Jogos Centro-americanos e do Caribe, quando venceu com 49s Foi tratado como herói por haver nadado pouco tempo após se recuperar de uma dengue.

A história de Hanser Garcia e surpreendente. Até os 21 anos ele era apenas o mais rápido jogador de polo aquático de Cuba. Então, foi convidado a participar da Copa Marcelo Salado, o campeonato nacional de Cuba. Quebrou o recorde do país e foi integrado à seleção nacional.

E começou a fazer história. Ainda em 2009, foi o primeiro cubano a nadar abaixo dos 50s, com 49s53. Em 2011, baixou dos 49s e em 2012, alimentou o sonho de baixar dos 48s. Em 2013, no Mundial de Xangai, foi 11º, com 48s4.

Sua carreira foi marcada por uma série de superações. Entre 2009 e 2012 melhorou sua marca de 52s62 para 48s04, algo impensável para quem é considerado um nadador sem técnica. Seu tempo de reação é ruim, o que faz com que seja sempre o último a cair na água. Tem dificuldades com a virada nos 50 metros, mas depois ganhava posições e velocidade de forma assustadora.

Sua preparação sempre era feita fora de Cuba, país que não tem piscina climatizada e nem mesmo um bloco de saída para os nadadores. Garcia e os treinadores, que sempre se deram bem, criaram um bloco alternativo, que o ajudou bastante.

Em 2012, após o sétimo lugar, eu o entrevistei, na Vila Olímpica de Londres. A matéria é a seguinte:

Hanser Garcia, o nadador cubano que surpreendeu a todos conseguindo um lugar na final dos 100m livres era atração na Vila Olímpica. Era muito parado por outros atletas e voluntários que o cumprimentavam. Ele falou comigo, com muita boa vontade, apeser de haver se irritado com a primeira pergunta.

Hanser, antes dessa prova era visto como um pobrezinho de um país pobre e agora está entre os melhores do mundo. Como analisa essa mudança de patamar?

Eu não sou um pobrezinho, não aceito isso. Eu sou um nadador como qualquer outro. Sempre me perguntam de onde você veio, como faz para treina, em qual país você vive e isso me deixa um pouco aborrecido. Sou um atleta como outro e que está muito orgulhoso com o que conseguiu.

Mas as condições de trabalho em Cuba são difíceis, não são?

Em Cuba, nós dizemos que com pouco temos de fazer muito. Com menos conseguimos mais. Esse é o meu trabalho. Podem achar que minha piscina é ruim, mas para mim ela é a melhor piscina porque é nela que eu treino. Vivo em Cuba, vou morrer em Cuba, não quero sair de Cuba e nem trocar de treinadores.

Pode dar um exemplo?

Nós não tínhamos blocos de saída modernos, eram antigos e isso atrapalhava. Então, em vez de reclamar, inventamos uns blocos. Blocos cubanos, entende? Se não tem o melhor, é bom viver com o que se tem.

Mas você treinou no Peru?

Mas isso foi para me adaptar à altura. Depois, fui para a Sérvia para treinar com outros nadadores da minha especialidade porque em Cuba eu sou o único e isso dificulta o trabalho. Estive um pouco em Bermudas também. Mas isso não tira de mim o fato de ser um atleta cubano.

Então, você é a favor do regime cubano?

De política, eu não falo. Eu gosto de nadar, não entendo de política. Mas sou um patriota, tenho muito orgulho de meu país.

Por que você não nadou os 50m?

Porque estou destroçado psicologicamente. Cheguei na final olímpica com o terceiro tempo e terminei em sétimo. Eu queria mais. Eu poderia conseguir mais.

Você está triste porque sua classificação piorou ou porque manteve o tempo de 48s04?

As duas coisas. Uma é consequência da outra. Na eliminatória, eu consegui 48s97 e na semi, consegui 48s04. Foi uma grande melhora. Isso mostra que eu poderia conseguir mais. E não consegui. Os primeiros 25 metros foram muito fortes e eu me senti preso, não foi possível arrancar com força. Isso me deixa triste, mas eu repito que sou finalista olímpico para me convencer que não foi mal.

Como você se analisa como nadador?

Tenho muito o que melhorar. Não tenho boa saida, não tenho boa técnica para fazer a volta para o segundos 50 metros. São coisas que preciso aprender. Mas eu só tenho tres anos de natação e essa é minha primeira olimpída. No último Mundial eu fui 18 e agora fui sétimo. No Rio, eu vou tentar fazer melhor.

O que você conhece do Brasil?

Nunca fui em seu país, que é muito lindo. Conheço Cielo, que é uma pessoa admirável. Conheço as novelas, alguma coisa de futebol e essa música que começa assim. “Nossa, assim você…”

Sem Garcia, as pequenas chances de medalha no Pan de Toronto, passam a ser inexistentes. Três nadadores estão classificados: Armando Barrera, 19 anos,  (100m e 200m costas), Elisbeth Gámez, 18 anos,  (200m livre) e Luiz Veja, 16 anos (400m medley). Além deles, foram conquistadas mais 17 marcas B, o que permitirá a presença de outros quatro nadadores.


Cuba pode voltar aos esportes coletivos no Rio-16
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Menon

A Olimpíada de Londres-12 não viu nenhuma equipe cubana. Os esportes coletivos não conseguiram classificação. As possibilidades de mudança são boas para a Olimpíada do próximo ano.

As maiores possibilidades são para as mulheres do handebol e do basquete.

No handebol, a competência brasileira é a grande aliada de Cuba. Pela primeira vez, um país das Américas é campeão mundial e organizador da Olimpíada AO MESMO TEMPO. E a vaga está garantida. As outras dez vagas são definidas da seguinte maneira:

handebolcuba handebolcuba1) O campeão mundial – Caso o Brasil consiga o bicampeonato, o segundo colocado estará na Olimpíada. Mesmo assim, pouquíssimas chances para Cuba. Seria uma surpresa enorme. Não vai acontecer.

2) O campeão do Pan de Toronto – Novamente, o Brasil é o grande favorito. Caso confirme o título, a vaga fica para o segundo colocado.

E as chances cubanas são muito grandes. Como parâmetro, há um torneio realizado em Porto Rico na semana passada, reunindo países da América do Norte e do Caribe. Cuba foi campeã com facilidades, fazendo em média 31 gols marcados e 19 sofridos,  vencendo México (duas vezes) Porto Rico, Estados Unidos, Martinica e Groenlândia (sim, a Groenlândia disputa os torneios da América, exceção ao Pan).

3) Caso não consiga a vaga, ainda há um torneio pré-olímpico com quatro países, com duas vagas.

No basquete, o Brasil, por ser país-sede e os EUA, por serem campeões mundiais, estão garantidos. Então, há uma vaga para o vencedor da Copa América. E Cuba é a atual campeã, vencendo Brasil, Argentina e Canadá. As chances são boas.

Caso não consiga, as dificuldades serão maiores. Haverá cinco vagas em jogo no único torneio Pre Olímpico, que reunirá quatro países europeus, dois asiáticos, um da Oceania e um da África. Os campeões continentais não participam, já terão assegurados as vagas.

Outras possibilidades, menores, são no vôlei de praia. Cuba tem sido sede de torneios  e há uma dupla masculina e outra feminina disputando um lugar no ranking mundial, que classifica 15 parcerias. Como só se classificam duas por país, no máximo, as vagas ficam mais abertas. As duplas cubanas venceram os Jogos Centro-americanos e do Caribe do ano passado, contra os favoritos mexicanos. Enfim, estão na briga.

O vôlei de quadra, masculino e feminino, sofre muito com as deserções. No momento, o time masculino está melhor e tem algumas chances. O feminino, quase nenhuma.

Caso tudo dê certo, a briga por uma medalha é muito mais dura. E impossível de ser vencida.


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